Cooperativismo de Crédito

As cooperativas de crédito buscam, através do auxilio mútuo, suprimir as necessidades financeiras, econômicas e sociais de seus associados e da comunidade. O principal objetivo é concessão de crédito em condições favoráveis a seus cooperados.

Diferente dos bancos, as cooperativas não visam lucros.


Todas as operações (capitalização e empréstimos) são efetuadas por seus cooperados e os resultados são revertidos em benefício dos mesmos.

Como surgiu o Cooperativismo

O Cooperativismo teve ínicio no período da revolução industrial no século XVIII, especialmente na Inglaterra e França, onde, neste período a mão de obra perdeu o poder de troca. Neste novo cenário de grande mecanização da indústria e grande quantidade de trabalhadores, parte assalariado e outra parte desempregada, os baixos salários e a longa jornada de trabalho, ocasionou muitas dificuldades e desajustes sociais para a população.

A primeira cooperativa oficial surgiu em outubro de 1844 na cidade de Rochdale, Manchester, Inglaterra, com a participação de 28 tecelões , sendo 27 homens e 1 mulher, os quais se reuniram para avaliar suas ideias, seus costumes, tradições e estabeleceram normas e metas para a organização de uma Cooperativa. Após um ano de trabalho acumularam um capital de 28 libras e conseguiram abrir as portas de um pequeno armazém cooperativo, no bairro de Rochdale-Manchester (Inglaterra).

Nascia a Sociedade dos Probos de Rochdale, conhecida como a primeira Cooperativa moderna do mundo.
Os princípios que norteiam as práticas das cooperativas em relação aos seus valores, que são autoajuda, autorresponsabilidade, democracia, igualdade, equilíbrio e solidariedade, também foram estabelecidos em 1844.

Sobre a Coofer

Princípios do Cooperativismo

1. Adesão Voluntária e Livre – cooperativas são organizações voluntárias, abertas a todas as pessoas aptas a utilizar seus serviços e dispostas a assumir as responsabilidades como membro, sem discriminação de sexo, condição social, raça, política e religião.

2. Gestão Democrática – as cooperativas são organizações democráticas, controladas pelos seus membros, que participam ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões. Os homens e as mulheres, eleitos como representantes dos demais membros, são responsáveis perante estes. Nas cooperativas de primeiro grau ou singulares, os membros têm igual direito de voto (um membro, um voto); as cooperativas de outros graus (Centrais, Federações e Confederações) também são organizadas de maneira democrática.

3. Participação Econômica dos Membros – os membros contribuem equitativamente para o capital da sua cooperativa e controlam-no democraticamente. Parte desse capital é, normalmente, propriedade comum da cooperativa. O capital recebe uma compensação limitada e com uma boa administração a cooperativa obtém uma receita maior que as despesas, esses rendimentos serão divididos entre os sócios, podendo ser incorporado ao capital ou depositado em conta corrente. O restante poderá ser destinado para investimentos na própria Cooperativa ou para outras aplicações, sempre de acordo com a decisão tomada na assembléia.

4. Autonomia e Independência – as cooperativas são organizações autônomas de ajuda mútua, controladas pelos seus membros. Qualquer acordo firmado com outras organizações, incluindo instituições públicas deve garantir e manter essa condição.

5. Educação, formação e informação – é objetivo da cooperativa promover a educação e a formação dos seus membros, dos representantes eleitos e dos trabalhadores, de forma que estes possam contribuir, eficazmente, para o desenvolvimento da cooperativa.

6. Intercooperação – as cooperativas servem de forma eficaz aos seus membros e dão mais força ao movimento cooperativo, trabalhando em conjunto, através das estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais.

7. Interesse pela Comunidade – as cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentável das suas comunidades por meio de políticas aprovadas pelos membros. Esse princípio constitui a base do cooperativismo praticado em todos os países, inclusive o Brasil, onde a Lei 5.764/71, regulamenta seu funcionamento.

Cooperativas de Crédito

Principais referências sobre o cooperativismo de crédito no Brasil